segunda-feira, 7 de dezembro de 2020

RECORDAR A PRIMEIRA MOSTRA ARTES E OFÍCIOS EM ALMADA NO ANO DE 1999,LEVADA A CABO PELA ASSOCIAÇÃO AMIGOS CIDADE DE ALMADA


As costureiras Maria  Emília Frois(direita) e Lila Alves.
"Almada era um concelho com substânciais carências económicas,fundamentalmente agrícola e falho de indútrias obrigava a que as suas gentes procurassem a subsistência em tarefas ocasionais.
Só a partir da segunda metade do século passado se começaram a desenvolver algumas indústrias e por influência disso o incremento de alguns oficios.De entre os muitos já existentes em Almada,antes da industrialização do concelho,as costureiras já tinham as suas tradições no mundo do trabalho e na vida social de Almada.
Mas é a partir da industrialização e consequentemente do aparecimento da máquina de costura que a costureira moderniza os seus métodos de trabalho o que ajuda a produzir mais obra em menos tempo.
Estava acabado o tempo da costureira artesã do dedal e da agulha e em seu lugar aparece a costureira especializada na feitura de camisas de homem,Costureira de alfaiate,Costureira de fato de macaco,vulgo ganga,usada pelos operários industriais,
As costureiras desta banda disputavam com as suas colegas de Lisboa o trabalho encomendado pelos grandes armazéns da capital,e mantinham com elas uma grande rivalidade profissionais.
É de destacar o contributo dado pelo Movimento Associativo na formação  profissional das costureiras ao fomentar cursos de Corte e Costura,com atribuição de diplomas.Sabe-se que,nas décadas de 40 e 50,a SFUAP desenvolveu grande atividade nessa formação, diplomando inúmeras costureiras."

O Pavilhão da Escola D.António da Costa, em Almada foi palco da Primeira Mostra Artes e Ofícios, levada a efeito pela Associação Amigos da Cidade de Almada, entre os dias 19 a 27 de junho de 1999,e que teve o apoio da Camara Municipal de Almada, com demonstrações ao vivo de Oleiro,Tanoeiro,Cesteiro, Calafate, Costureira, Ferreiro, Corticeiro, Pescador(redes),Troço de Mar, Ferrador, Funileiro, Amolador, Carpinteiro de Machado e Calceteiro.

Remonta aos primórdios da História da Humanidade e necessidade de o Homem criar os seus próprios instrumentos e utensílios de modo a permitir-lhe substituir e ultrapassar os diversos e naturais obstáculos no sentido de poder garantir a sua sobrevivência.

Ainda sem perspectiva de Futuro - os perigos, quer animais quer dos próprios Elementos da Natureza a que estava permanentemente expostos eram o seu angustiante dia a dia.Perante a inevitabilidade de os combater,o Homem entendeu que, primeiro em grupo, mais tarde em Associações(organizado)( era o embrião do movimento associativo que desbrochava),os seus interesses melhor seriam defendidos, pois que isolado, a sua vulnerabilidade ser-lhe-ia preconcemente fatal.

A ideia imperativa de se construir em grupo torna-se assim fundamental para sobreviver, sendo condição determinante à sua menor ou maior longevidade,

Durou milénios até que os homens evoluissem e se organizasse, formando pequenas comunidades.


A  arte de Oleiro aqui a ser representada por Francisco Mateus.
"... Oleiro - A cerâmica é a arte de fabricar louça de barro ou matéria análoga; sendo a olaria a oficina onde se fabrica toda a variedade de objetos em barro.
Perde-se no tempo e na memória dos homens o aparecimento desta velha arte e do artifíce que com as suas mãos modela e dá forma a muitos utensílios que vemos ou usamos no nosso quotidiano; as panelas, os pratos, púcaros,canecas,etc;ou ainda a telha,o tijolo e o ladrilho,e também as figuras decorativas com motivos de trabalho,regionais e religiosos,
Os seus instrumentos de trabalho são o forno,onde modela as peças,as masseiras, para amassar o barro,e o forno para a cozedura da obra depois de seca..."
A tradição dos oleiros no Concelho de Almada é muito antiga.Há referencias destes artifíces na nossa terra muito antes da fundação da nacionalidade. Em 1821,há memória de fornos de telha e tijolo no Ginjal.
O oleiro mantém ainda as práticas oficionais de tempos muito antigos: conforme refere o escritor Manuel Mendes:

"... Primeiro lança e espalha no prato do torno uma mancheia de cinza,para que depois de rodada a peça se solte sem dificuldade. Posto o barro, dá-se-lhe quatro apertões de mão,dois fortes socos e logo o engenho  se põe a girar,crescendo de entre os dedos ágeis do oleiro a forma equilibrada e bojuda de uma infusa..." 


Esta tomada de consciência desenvolve-se,cria e fortalece raízes solidificando-se, ganhando corpo e expressão atingindo em plena Idade Média a sua materialização com a institucionalização das Confrarias de das Associações de Mesteres.

As diversas actividades - artesanais de cariz rural e familiar proliferam substancialmente a partir do Século X111, dando então lugar às Artes e Oficios Urbanos, que passam a ser comercializados,reconvertendo algumas Confrarias em Associações de Mesteres,já como forma de regulamentar diferentes ofícios.



Os mesteres, tanoeiros, carpinteiros, latoeiros, ourives, tecelões, oleiros e outros dirigem agora as respectivas produções, especificam qualidades, elaboram tabelas de preços e acordam salários , regulamentando ainda as condições de acesso às profissões dos pequenos artifices e oficiais.

O Tanoeiro Joaquim Pereira Pedro, aqui numa demonstração da arte
Hoje  quase inexistente no concelho de Almada ,o tanoeiro foi em tempos uma figura influente no mundo de trabalho,em Almada.
Há noticias da sua maior importância em toda a nossa região,desde o séculoXVII até aos principios do nosso século.
Em Almada um concelho agrícola,cuja principal cultura era o plantio da vinha, a qual originava vinhos de superior qualidade que eram cobiçados não só internamente,como também no estrangeiro,daí haver a necessidade de recipientes para o seu acondicionamento e transporte. Por isso a importãncia do mister de tanoeiro na confecção e reparação das pipas,dornas, tonéis,barris, etc,
Os instrumentos usados pelo tanoeiro para a construção daquele vasilhame são: o maço,tais, marreta, raspilha, serra de folha. Utiliza várias madeiras  sendo o Castanho e o Carvalho as preferidas pela sua qualidade.


Para além do domínio que exerciam nas Associações,os mesteres  estabeleciam regras,impunham multas e integravam os Governos das urbes onde se inseriam as suas actividades.

Por essa época, nas Sociedades Ocidentais os homens organizavam-se, trabalhavam e viviam em função de grupos,familiar, religioso ou profissional,

Na verdade, esta estrutura de Sociedade rural-artesanal e pré - industrial não concebia o trabalho como actividade autónoma e abstracta perante as demais dimenções da vida, assumia-se como fonte de toda  a Cultura Popular. Era uma vida comunitária em que toda a apendizagem e socialização dos bens se fazia pela convivência e pelo trabalho alicerçados pelas  relações de vizinhança e de ajuda recíproca.

O  ferrador Valdemar Rosa, morador nas Casas Velhas, Monte de Caparica, aqui numa demonstração a ferrar o cavalo.

O Ferrador  era uma figura conhecida em todos os sítios do nosso país.Nas aldeias,nas vilas e cidades todos aqueles que possuíam animais necessitados de ser ferrados procuravam a oficina oua banca do mestre ferrador,para que ele  coma sua sabedoria do oficio  calçasse as bestas. E ele, profundo conhecedor da sua função,punha numa tarefa arriscada toda a sua coragem e perícia no tratamento dos animais.

O mestre ferrador,antes de iniciar o trabalho,prende o animal e estuda-o entendimento.Olha-o primeiro,a seguir passa-lhe a mão pelo dorso e só depois se arrisca a entalar uma das patas entre as pernas, Começa então a tarefa de retirar com a turquês os cravos das ferraduras velhas. Isto feito inicia o desbaste do casco com o formão: é uma tarefa morosa e de muitos cuidados para não ferir o animal. Depois com as ferraduras novas, que preparou na forja e na bigorna, ultimo o acto de ferrar.


Desde então, trabalho e arte estão para sempre ligados.Mas também a festa e o convivio estão presentes. São as festas,as Romarias e os Serões. São as danças,os cantares e o Teatro Popular. Era uma vida em que o sobreviver e o conviver ganham significado humano numa profunda solidariedade entre si,

Depois vem a Revolução.Primeiro a Revolução Industrial "Séculos XVIII e XIX", logo após e como natural consequência a transformação do binómio Sócio - Económico da vida humana. Vem a máquina,a tecnologia,o conhecimento cientifíco,a revolução das mentalidades com novas culturas em oposição à tradição secular do mundo rural, É a marcha imparável e incansável do ser humano na procura de mais e de melhor...e longos e longos anos na pesquisa e busca do possivelmente inatingível. Eis-nos no limiar de novo Milénio,na era dos computadores e das tecnologias avançadas e do que mais adiante se verá?!...

Cipriano Rodrigues e Manuel Traça numa demonstração de carpinteiro de machado.
"... Carpinteiro de machado ou da Construção Naval, assim chamado porque emprega nos seu trabalho entre outras ferramentas,o machado apropriado ao aparelho de mastros...".
Almada nasceu junto ao rio e do mar,e, naturalmente, a sua história faz-se com a luta das suas gentes na procura dos caminhos da sobrevivência,sendo o mar e o rio as estradas que melhores destinos lhe ofereciam. Por essa razão não é de estranhar que, desde os primórdios da sua função,as gentes de Almada tenham nascido artífices e grandes mestres nas artes da construção naval. De entre estes, o carpinteiro de machado é operário imprescindível na construção e reparação de qualquer tipo de embarcação.
Ele, com as suas mãos,ajudadas pela enxó de cabo e outras ferramentas como o machado,a plaina, o cepilho,os formões e as goivas, dá forma aos vários elementos de madeiraque constituem um barco.



E porque a Associação Amigos da Cidade de Almada,tem como função a defesa do património da Cidade de Almada,quer na preservação dos seus valores humanos,culturais e artísticos, quer ainda na transmissão desses mesmos valores à população mais jovem da nossa cidades sobretudo ás  gerações vindouras,torna-se para nós condição fundamental encetar um ciclo de  exposições de Artes e Oficíos com demonstrações ao vivo, cujo aspeto pedagógico é quanto a nós do maior interesse.

Na intensa procura de alimentos para a sua sobrevivência,o homem, em contacto com a natureza,encontrou nos rios e lagos o fruto para a sua alimentação - o peixe e fez-se pescador.

A necessidade de pescar levou-o a construir o arpão e a fisga.Depois o anzol primitivo que consistia num pedaço de pau afiado nas suas extremidades,mais tarde as redes e o covo de vime.Ao mesmo tempo começa a construir barcos muito frágeis e rudimentares, sem capacidade para adentrar-se no mar, procurando,por isso, os lagos e os rios e aventurando-se,algumas vezes,na costa.

A memória das artes piscatóricas em Almada remonta ao século 1 da nossa era,prova disso é a descoberta em Cacilhas de tanques para salga de peixe que se supões datarem do dominio Romano. No séculoXII quando Almada passa para o dominio Cristão,no reinado de D.Sancho 1 a pesca é já importante para a economia da vila. Há referencias dos barcos,dos pescadores e mercadores de peixe.Emmeados do século XVII, encontram-se instalados na Costa de Caparica grupos de pescadores do Algarve e da zona da ria de Aveiro,

O pescador Manuel Francisco no conserto de redes

"... Á medida que nos aproxima-mos da actualidade,a pesca concelhia tende a conformar-se à actividade artesanal, de peso irrelevante no concelho.
Permaneceu como referências de ordem cultural diversos aparelho de pesca; as redes de amalhar fundeadas, as armadilhas, os aparelhos de anzol, as xávegas,as ganchorras e alguns tipos de embarcações tradicionais - os saveiros,as chatas e os botes. E sobretudo permanece o homem - a figura vernácula do pescador da Costa de Caparica  e da Fonte da Telha..."
 
Fonte; Extraído do folhete:Primeira Mostra Artes e Oficíos
Fotos: Joaquim Candeias

quinta-feira, 12 de novembro de 2020

Literatura - António José da Costa Neves e Rui de Almeida Paiva vencem Prémios Literários 2020 "Cidade de Almada"

 Literatura

Sem Pavor, o cão do Giraldo, de António José da Costa Neves, é a obra vencedora do 32.º Prémio Literário Cidade de Almada. A história com ninguém (e com Alguém), da autoria de Rui de Almeida Paiva, recebeu o Prémio Literário Maria Rosa Colaço, na sua 15.ª edição


A Câmara Municipal de Almada anunciou este sábado, dia 7 de novembro de 2020, os autores distinguidos no âmbito dos Prémios Literários Cidade de Almada e Maria Rosa Colaço 2020.
 
32.º Prémio Literário Cidade de Almada
 
A obra vencedora do 32.º Prémio Literário Cidade de Almada é Sem Pavor, o cão do Giraldo, da autoria de António José da Costa Neves.
 
Em 2020, apresentaram-se a concurso 56 obras originais.
 
Segundo o júri, a obra premiada é um «romance que alia História e ficção de um modo criativo. Centrando-se no século XII e nas lutas por território entre cristãos e muçulmanos, este romance conjuga fatalidade histórica, ironia narrativa e imaginação propriamente literária. A figura de Geraldo Geraldes Sem Pavor emerge como protagonista do universo violento da época, sendo mesmo designado “o cão do Giraldo” pelas populações árabes. A tragédia pessoal deste narrador/observador/comentador da História acompanha as múltiplas mortes e vozes do seu século, nomeadamente Afonso Henriques, que viria a ser rei.»
 
O Prémio Literário Cidade de Almada tem como objetivo promover e incentivar a criação literária, distinguindo obras inéditas em língua portuguesa.  Em ano par, Romance e ano ímpar Poesia. 
 
15.º Prémio Literário Maria Rosa Colaço
 
A obra vencedora da 15.ª edição do Prémio Literário Maria Rosa Colaço é A história com ninguém (e com Alguém), da autoria, Rui de Almeida Paiva.
 
Em 2020, apresentaram-se a concurso 62 obras originais.
 
Segundo o júri, «A história com ninguém (e com Alguém) alimenta uma reflexão sobre identidade e alteridade recorrendo a construções retóricas paradoxais e do absurdo. A progressão narrativa mantém a coerência e o equilíbrio diegético.»  
 
O Prémio Literário Maria Rosa Colaço foi instituído com o objetivo de homenagear esta escritora de literatura infantojuvenil, distinguindo obras inéditas em língua portuguesa.  Em ano par, Literatura Juvenil e ano ímpar Literatura Infantil.
 
Estes Prémios Literários são promovidos, anualmente, pela Câmara Municipal de Almada. 
 
Os prémios pecuniários são no valor de 5 000 euros para o Prémio Literário Cidade de Almada e de 5 000 euros para o Prémio Literário Maria Rosa Colaço.
 

Cmalmada
07/11/2020

domingo, 1 de novembro de 2020

APRESENTAÇÃO DO LIVRO -" FILHOS DA CIDADE MORTA" DE FRANCISCO CEIA

 "Este romance «Filhos da Cidade Morta», de Francisco Ceia, é um retrato de um país, é um encontro com as pessoas, com a linguagem feita de memórias e estórias, um romance com uma narrativa, 


O Auditório da Junta de Freguesia no Laranjeiro recebeu a apresentação do livro "Filhos da Cidade Morta" de Francisco Ceia. A mais recente obra deste autor alentejano foi apresentada por António Modesto Navarro.

"Este romance «Filhos da Cidade Morta», de Francisco Ceia, é um retrato de um país, é um encontro com as pessoas, com a linguagem feita de memórias e estórias, um romance com uma narrativa, marcada de regionalismos, de sentimentos que emergem da gíria, entre a alegoria, a ironia, o sarcasmo. Um romance onde a fantasia se encontra com a realidade. Surrealismo. Neo-realismo. Um estilo muito próprio que é a marca de uma escrita diferenciadora, com um ritmo próprio, no qual sentimos que todas as palavras têm peso e medida."

Francisco Ceia, numa das interpretações musicais, tendo a seu lado António Modesto Navarro, apresentador da obra do escritor alentejano
No final desta tarde cultural, Francisco Ceia ofereceu-nos algumas interpretações musicais de sua autoria que muito agradou a todos os presentes que manifestaram apreço pela escrita e pelas canções deste cantautor.

Fonte:Laranjeiro e Feijó

quarta-feira, 7 de outubro de 2020

POESIA DE ALEXANDRA CONDUTO - Lutei, Resisti, chorei, Rezei, implorei, pedi, de joelhos, perdão, Procurei, encerrar, o desejo Dentro da minha escuridão

 


Lutei,
Resisti, chorei,
Rezei, implorei,
Pedi, de joelhos, perdão,
Procurei, encerrar, o desejo
Dentro da minha interior escuridão.
Ergui as armas
Em sinal de defesa
Construi cercado e vedação,
Iludi a minha mente,
Tentei enganar o coração.
Traiu-me, a vontade
O som das tuas palavras,
Os gestos, o calor da tua mão
Na suavidade do toque urgente,
que me incendiou as entranhas
Que me fez sentir
Sensações intensamente estranhas,
Que explodiu em lampejos
Arquejantes de desejo.
Entreguei-me, sem armas e sem Reservas,
Sem qualquer restrição
Caí na doçura da tentação
Na loucura da paixão...
Alexandra Conduto



quinta-feira, 1 de outubro de 2020

Lançamento do livro "Planos Estratégicos de Desenvolvimento Desportivo Municipal" Esta sexta feira no Complexo Municipal dos Desportos "Cidade de Almada", no Feijó



Esta sexta-feira, 2 de outubro de 2020, é lançado, em Almada, o livro «Planos Estratégicos de Desenvolvimento Desportivo Municipal», da autoria de Jorge Machado. A apresentação estará a cargo de José Manuel Constantino, presidente do Comité Olímpico de Portugal.

    A Câmara Municipal de Almada  convida para apresentação do    livro «Planos Estratégicos de Desenvolvimento Desportivo Municipal», de Jorge Machado.

A apresentação estará a cargo de José Manuel Constantino, presidente do Comité Olímpico de Portugal.

A cerimónia de lançamento é pública e realiza-se no dia 2 de outubro de 2020, a partir das 21h30, no Complexo Municipal dos Desportos “Cidade de Almada”, no Feijó.

A entrada é livre, mediante disponibilidade do espaço e com base no cumprimento das normas de distanciamento social e etiqueta respiratória, definidas pela Direção-Geral de Saúde.

«Planos Estratégicos de Desenvolvimento Desportivo Municipal»

«… Nos dias de hoje, as políticas desportivas municipais têm de ser definidas e elaboradas tendo em conta as realidades do território em presença; as mesmas são naturalmente parte integrante das macro propostas que constituem os documentos elaborados em cada ciclo autárquico, sendo que muitas delas, para serem implementadas, necessitam de mais do que um mandato.

Nesse sentido, no que ao Desporto diz respeito é cada vez mais importante construir documentos orientadores que permitam um desenvolvimento sustentável, integrado e integrador, do que se pretende para um concelho/ território, que se quer para todos e de todos, de forma transversal no que à idade cronológica das populações diz respeito, mas também no que reporta à diversidade de estilos de vida socialmente vigentes.

É por isso, fundamental, a elaboração de Planos Estratégicos de Desenvolvimento Desportivo Municipal, que sirvam de base às decisões a tomar. …»

Jorge Machado

Jorge Machado é licenciado em Direito, pela Faculdade de Direito da Universidade do Porto (2008) e Pós-Graduado em Gestão Autárquica, pela Universidade Aberta (2015).

Jurista de profissão, tem por experiências profissionais o exercício da profissão de advogado, gestor, administrador e consultor. Exerceu funções de coordenação na Divisão de Desporto, da Câmara Municipal de Santo Tirso, entre os anos de 2013 e 2017.

Atualmente, desempenha funções de assessoria no Gabinete da Presidência da Câmara Municipal de Santo Tirso e foi eleito autarca local, nas eleições autárquicas de 2017, assumindo o cargo de Presidente da Assembleia de Freguesia de Vila das Aves. Além desta sua atividade profissional, é dirigente associativo, selecionador regional da Seleção Nacional de Karaté da Federação Nacional de Karaté - Portugal e formador no âmbito do Plano Nacional de Ética no Desporto (PNED).

Na qualidade de Embaixador para a Ética no Desporto colabora com o PNED e o Instituto Português do Desporto e Juventude no desenvolvimento de diversas ações de formação, sendo cronista em alguns jornais locais e regionais. Já no decurso deste ano (2019), recebeu uma menção honrosa na 7.ª edição do prémio de imprensa “Desporto com Ética” (2018), com um conjunto de artigos da sua autoria.

organização

Câmara Municipal de Almada

condições de participação

Entrada livre, mediante disponibilidade do espaço e com base no cumprimento das normas de distanciamento social e etiqueta respiratória, definidas pela Direção-Geral de Saúde.

informações

Departamento de Desporto

Complexo Municipal dos Desportos “Cidade de Almada”

Fonte: CMA

quarta-feira, 30 de setembro de 2020

HISTÓRIA : LARANJEIRO - JUNTA DE FREGUESIA DE LARANJEIRO, CRIADA A 4 DE OUTUBRO DE 1985

 Antigo lugar do termo e Freguesia de Almada, a povoação de Laranjeiro é hoje, uma das onze freguesias do Concelho de Almada.

HISTÓRIA

Antigo lugar do termo e Freguesia de Almada, a povoação de Laranjeiro é hoje, uma das onze freguesias do Concelho de Almada.

Nos seus primórdios, era conhecido como local de passagem, ligando o sul do concelho a Cacilhas e à Vila de Almada, através da estrada que passando pelas Barrocas e Cova da Piedade conduzia à Mutela. Tratava-se de um amplo espaço rural onde pontificavam várias quintas, com as respetivas casas senhoriais, entre as quais a da Quinta dos Espadeiros, designação apontada por alguns historiadores locais, por força de nela haver permanecido, em finais do século VII, um foreiro da Albergaria de S. Lázaro, de nome Manuel Ribeiro, fabricante de espadas; a da Quinta de Santa Ana, edifício do mesmo século, propriedade do marquês de Sabugos, mas aforada a Agostinho de Rosales Santana; a da Quinta do Secretário, edifício do século XVIII, cujo nome lhe advém do seu proprietário, D. Gil Enes da Costa, ser ao tempo, Secretário de Estado; e a Quinta de Santo Amaro, um edifício do Século XIX, onde a Câmara Municipal instalou um centro de atividades culturais e em torno da qual se aponta ter nascido o topónimo de Laranjeiro.


Tal origem, não é, no entanto, pacífica, uma vez que há quem defenda a tese, segundo a qual, atribui o seu aparecimento à alcunha porque era conhecido o habitante de Cacilhas, José Rodrigues ( O Laranjeiro), proprietário da última das referidas Quintas situada naquele perímetro, generalizando assim o aludido topónimo entre as gentes da época.



Além das referidas casas, sublinhe-se a existência do Paço Real do Alfeite, um pequeno palácio do século XV, que foi residência do infante D. Francisco, mais tarde utilizado como pavilhão de caça. Esse imóvel, pertencente hoje à Base Naval de Lisboa, situava-se na antiga Quinta do Antelmo, devido à sua aquisição pelo infante ao desembargador António de Maia Aranha, após o que passou a casa do Infantado. Toda esta vasta franja territorial, que vai do Caramujo à foz do Rio Judeu, é pertença do Alfeite, propriedade da Ordem de Santiago, por doação de D, Sancho I, em consequência da doação de Almada à referida Ordem militar, em 1186. Voltou à posse da coroa com D. Dinis, em 1298. A partir de então, passou a pertencer ao dote das rainhas e D. Leonor Teles doou ou vendeu-o ao judeu David Negro.


Com a conquista da independência, D. João I incluiu na doação a Nuno Álvares Pereira, que, por sua vez, o doou à Ordem do Carmo ficando, pouco a pouco, alienado em frações.

Entretanto, em 1641, D. João IV confiscou a fração pertencente ao duque de Caminha e em 1654, cria a Casa do Infantado, doando-a ao Infante D. Pedro. Até 1834, data da extinção daquela casa, os diversos monarcas foram adquirindo as várias frações e concentrando-as naquele património. De tal sorte, que o Alfeite chegou a compreender ainda as Quintas da Penha, da Piedade, do Outeiro, da Romeira, do Antelmo e da Bomba. Nele estavam ainda incluídos, os pinhais de Corroios e do Cabral e na margem esquerda do rio Judeu, os moinhos do Galvão, da Passagem, do Capitão e da Torre, hoje território do concelho do Seixal.


Elevada à categoria de Freguesia em 4 de Outubro de 1985, em consequência da aprovação, por parte da Assembleia da República do Decreto-Lei 126/85, o território da Freguesia de Laranjeiro, constituí hoje um espaço urbano, o qual, conjuntamente com o das Freguesias de Almada, Cova da Piedade, Cacilhas, Feijó e Pragal, constituem a atual Cidade de Almada.


Com uma área de 400 ha fica situada a nascente do Concelho e confronta a Sul com a freguesia de Corroios (concelho do Seixal), a norte com a freguesia da Cova da Piedade, a Poente com a freguesia de Feijó e a nascente com o mar da Palha, abrangendo toda a área atualmente ocupada pela Base Naval de Lisboa – no Alfeite.


Fonte: Junta de Freguesia de Laranjeiro e Feijó.


A seguir: História - Feijó 

quinta-feira, 2 de julho de 2020

SABIA EM QUE ANO FOI FUNDADA A ASSOCIAÇÃO DAS COLETIVIDADES DO CONCELHO DE ALMADA(?) E QUEM FORAM OS SEUS 1ºS ORGÃOS SOCIAIS

Associação das coletividades do concelho de Almada,que este ano completa 19 anos de atividade em prol do associativismo

Não é por acaso que o autor do blog, escolheu esta imagem para ilustar o post.O movimento associativismo tem rostos, dai optar por esta foto em que para além do estandarte da associação,o mesmo está nas mãos de Henrique Santos,que fez parte da primeira lista dos orgãos da colectividade,um homem que ao longo dos anos,muito de si tem dado ao movimento associativo.Para ti Henrique,esta a minha singela homenagem.

O concelho de Almada que é o mais rico a nível de movimento associativo, já que no seu universo existem cerca de 300 associações, culturais recreativas e desportivas, há muito que necessitava de uma associação para congregar todo o movimento associativo do nosso concelho.

A ideia foi ganhando adeptos e depois de um longo percurso de legalização, em 30 de Novembro de 2001 foi instituída a associação, que conheceu no mês de Maio de 2002, os seus primeiros orgãos  os quais tomaram posse no auditório do Complexo Municipal dos Desportos,no Feijó.

OS ORGÃOS SOCIAIS SÃO OS SEGUINTES:

Mesa da Assembleia Geral:

Presidente - Almada Atlético Clube; efectivo - Adelino Moura

Vice - presidente - Associação de Socorros Mútuos 1º de Dezembro; efectivo - Jorge Carlos Cordeiro.

1º Secretário - Sociedade de Educação e Recreio de Vila Nova; efectivo - Adilia Maria Xavier.

Direcção:

Presidente - São Paulo Clube Recreativo de Almada; efectivo - Luís Filipe Balseiro Coelho.

Vice - presidente : União e Progresso Barril D' Alva; efectivo - António Alberto F Simões.

Tesoureiro - Clube Recreativo Barroquense; efectivo - Jorge Manuel Ribeiro Rocha

Secretário - Sociedade Filarmónica Incrivel Almadense; efectivo - Henrique da Silva Santos

Vogal - Clube Recreativo Instrução Sobredense; efectivo - Sérgio Santos Lopes.

Vogal - Amigos do Atletismo da Charneca de Caparica; efectivo - António Alírio da Mota.

Vogal - Sociedade Recreativa Estrelas do Feijó; efectivo - António Manuel das Neves Domingos.

CONSELHO FISCAL

Presidente - Beira Mar Atlético Clube de Almada; efectivo - João Cristiano Maurício Caeiro.

Vice -presidente - Associação de Moradores da Zona do Bairro Matadouro; efectivo -  Joaquim Mário Vieira da Cunha

Vogal - Clube Recreativo Piedense; efectivo - Fernando Anes dos Santos.

De salientar que a sede provisória da Associação, ficou situada numa das dependências da Sociedade Filarmóniva Incrível Almadense, na rua Capitão Leitão em Almada. 

"in-Jornal de Almada,2002

Morada atual:

Rua Rainha Sta. Isabel, 7, C.C Rainha Sta. Isabel, 28
Cova da Piedade
2805-169 Almada
Telef: 212 740 328
E-mail: accalmada@gmail.com

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segunda-feira, 29 de junho de 2020

Noticias da Costa de Caparica - Comboio Turistico da Transpraia que hoje completa 60 anos, vai ficar fora dos carris - Covid 19 e a crise prolongada devido ao Costa Polis

SEM PLACA GIRATÓRIA,PARA A INVERSÃO DA LOCOMOTIVA,BEM COM OS CARRIS  SOTERRADAS

Aspecto parcial da zona das partidas do comboio da praia.Será que estamos perante fim  de um ex-libre, da Costa de Caparica?


O Comboio turistico da Transpraia da Costa de Caparica,que hoje dia 29 de junho, (comemora ?) completa 60 anos,de existência,após a sua inauguração, vive hoje na incerteza e este ano deverá ficar fora dos carris, face ao Covid-19,bem como à crise que vem afetando este meio de transporte turistico,propriedade da,empresa Transpraia-Transportes Recreativos da Praia do Sol-Lda,presentemente administrada por António Pinto Silva.

Sem placa giratória e com as linhas soterradas,ainda ficamos na expetativa que poderia ser  retomada as carreiras regulares,mas face ao covid-19 e às dificuldades que a empresa enfrenta, desde a deslocação,no verão de 2007,devido ao programa Costa Polis, em transferir o Transpraia, da Rua dos Pescadores,junto ao antigo restaurante "Carolina do Aires",para junto ao Parque de Campismo da Praia Nova, em nada favoreceu, apesar das tentativas da empresa,junto da Costa Polis.


 No passado dia 24 de junho,enviámos para a empresa,e-mail, as seguintes questões?

- Hoje quando nos  dirigimos para o terminal de embarque,na Praia Nova,junto ao Bar Chapeu de Palha, demos pela falta da giratória  da linha férrea,bem como parte da linha, junto ao parque de campismo que se encontra soterrada pelas areias da praia.?


- Será que este ano não vamos ter o comboio da TransPraia nos carris, devido ao Covd 19, ou será pela falta de apoios monetários, das entidades oficiais do concelho de Almada?
 
Hoje dia 29,pelas 19,00horas, recebemos a resposta por parte dos serviços da Transpraia,uma resposta vaga mas reveladora : "Pelas duas razões que aponta"


Já em 2012 um grupo de cidadãos levou a efeito uma petição, mas a mesma teve pouco impacto junto dos veraneantes.

 Consulte AQUI O LINK













quinta-feira, 11 de junho de 2020

PATRIMÓNIO MUNDIAL - ÉVORA - TEMPLO DIANA



Património Mundial da Humanidade desde 1986. Évora conserva tesouros inolvidáveis em pacifica harmonia com o pitoresco casario branco imaculado. Da Praça do Giraldo, animado centro arqitectónico adornado de arcas,consolado pela Igreja de Santo Antão e suavizada pela fonte Henriquina do século XVI parte-se, com entusiasmo, para o conhecimento do municipio.

Subindo pela Rua 5 de Outubro de coração aberto ao passado, descobre-se a Sé Catedral,eterna obra de profunda grandeza. A nobre fachada de transição romana - gótico perpetuou no interior um grandioso espaço de preciosa  oração.Visite os notáveis claustros do século XIV e admire o impressionante acervo de arte sacra exposto no Museu.

O Templo Diana,que durante alguns séculos, não foi resguardado,ergue-se alguns metros à frente, cativando o olhar do visitante mais desprevenido.Reliquia do século II- III, edificado no ponto dominante da  acrópole,outrora serviu de culto imperial e hoje é um simbolo decorativo de inestimável valor.Na mesma praça que somou culturas, homens e monumentos situa-se também o Palácio Cadaval e a Igreja de S. João Evangelista.

Claustros da Universidade de Évora
De visita à Évora dos estudantes,passe pela Universidade,magnifica construção fundada pelo cardeal-Rei D.Henrique e passeie pelos seus faustosos adornados por uma valisosa série de azuleijos. A igreja anexa do Espirito Santo é um curioso abrigo de fé.

Pela rua do Conde da Serpa da Tourega, à esquerda, chega ao Largo da Porta de Moura, característico local citadino enfeitado pela fonte da Renascença.A igreja da Misercórdia,notável templo pelos retábulos da talha barroca e painés de azuleijos de 1761 motiva-o a visitar outros templos de singular beleza. 

A igreja da Graça,a Igreja Real de São Francisco e a Capela dos Ossos, a Igreja das Mercês e a do Convento de Clara,são donas de pequenas maravilhas.

Ao sair da cidade não deixe de olhar o aqueduto da Água de Prata fundado pelo rei D.João III.






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terça-feira, 26 de maio de 2020

ALMADA FICA MAIS POBRE - FERNANDO BARÃO O ADEUS DE UM ASSOCIATIVISTA E HOMEM DE LETRAS (1924 - 2020)

   É MEDALHA DE OURO MÉRITO CULTURAL - ATRIBUÍDA PELA CÂMARA MUNICIPAL DE ALMADA,EM 1994
Fernando Barão, autor do prefácio,  Desportistas Almadense, da autoria de Henrique Mota,aquando da entrega ao atleta Olímpico de atletismo, do Sport Lisboa e Benfica, do Volume IV do  livro, Desportistas Almadenses, onde consta a biografia do atleta,que nasceu para o atletismo no Núcleo Desportivo Juvenil do Laranjeiro.De referir que o autor, Henrique Mota, já tinha falecido, aquando da apresentação  do livro.

Após uns dias ausente do concelho de Almada,fui confrontado com noticia do  falecimento,ontem, segunda feira dia 25 de maio, Fernando Miranda Barão,um decano do meio associativista,um homem simples e humanista, que nos deixa, aos 96 anos, concluídos no dia 2 de janeiro,uma perda grande para o nosso concelho,um homem simples e amigo do seu amigo. Para a sua familia as minhas sentidas condolências e que descanse em Paz.

A vida de Fernando Barão está muito ligado  á vida associativa do concelho de Almada, e em especial. ao seu  Ginásio Clube do Sul, que recentemente aquando da passagem do seu Centenário, a 17 de maio, Fernando Barão que era sócio nº 1 da coletividade, deixou uma mensagem de saudação, que pode ser lida AQUI NO LINK aquela que foi a sua última homenagem ao seu Ginásio, recordando o seu próprio percurso e o percurso do Ginásio Clube do Sul na sua existência.

Em 1994 a Câmara Municipal de Almada, atribuiu a Medalha de Ouro e Mérito Cultural, face ter dedicado parte da sua vida ao movimento associatvo, com cargos directivos no Ginásio Clube do Sul, Clube de Campismo do Concelho de Almada,Incrível Almadense, Federação de Campismo e Caravanismo, Bombeiros Voluntários de Cacilhas e Associação de Comerciantes do Distrito de Setúbal(delegação de Almada) e provedor da Misercórdia de Almada entre 1974 e 1986. É sócio de Mérito do Clube de Campismo do Concelho de Almada e sócio honorário do Ginásio Clube do Sul,clube que, em 1992, lhe atribuiu o troféu" Prestigio Ginasista" e da Sociedade Filarmónica Incrível Almadense.

 Foi organizador, em 1970,no 50º aniversário do Ginásio Clube do Sul, dos colóquios "Problemas da Juventude" e "Encontro das Colectividades Populares". Na Convenção da Esquerda Democrática interveio com o trabalho " O Papel das Instituições Coletivas no Estado Democrático". Foi mandatário concelhio nas duas vezes em que o dr. Mário Soares se candidatou à Presidência da Républica


Outra faceta deste grande homem, para além do movimento associativo,  foi a sua obra literária que vai perdurar para sempre, como uma referência, Ginásio Clube do Sul - 75 anos de Glória; Cacilhas,Memórias Soltas e outras e também as suas ligações  à Imprensa e Rádio ter colaborado nos programas de rádio Ondearte,Imagens Piedenses e Margem Sul, da Rádio Nascença.
Na sessão solene do Ginásio Clube do
Sul,fez a apresentação do seu livro
Cacilhas, Memórias Soltas,narrativa (1994)



Para dar a conhecer o Homem - Fernando Barão, publicamos aqui a sua Bio- Bibliografia, extraído do livro - Gentes de Letras Com Vinculo a Almada. (1*)

Fernando Miranda Barão, demonstrou muito cedo uma apetência especial para a vida associativa do seu concelho,envolvendo-se em múltiplas áreas no seio das principais coletividades  almadenses, das quais destacamos: o desporto, o campismo, a fotografia,o jornalismo,o teatro e a literatura. A sua forte propensão para a escrita fez comque começasse a escrever para os jornais, ainda  nos anos quarenta, incentivado por alguns amigos, colaboradores assíduos da Gazeta Sul do Montijo. Foi um dos colaboradores mais activos do Jornal de Almada,onde assinou durante décadas  várias crónicas semanais e contos sobre o quotidiano da sua terra.

Também escreveu para os jornais Praia do Sol e Fogo e Paz, além de ter colaborado nos programas de rádio Ondearte, Imagens Piedenses e Margem Sul e Rádio Renascença. Dirigiu os bole das suas coletividades  dilectas:  Fogo de Campo, Ginásio, O Incrível e O Scala. Em  1970 foi oprincipal organizador  do 1º Congresso das Coletividades do Concelho de Almada, integrado nas comemorações do 50º aniversário do Ginásio Clube do Sul. No biénio 1970/71 fez parte da Comissão Administrativa da Câmara Municipal de Almada. Entre 1972 e 1986 foi Provedor da Santa Casa da Misercórdia de Almada.

Pertenceu à Comissão Instaladora da Junta de Freguesia de Cacilhas, fazendo parte do seu primeiro executivo. No mandato seguinte foi Presidente da Assembleia de Freguesia.Ocupou diversos cargos como dirigente do Ginásio Clube do Sule da Incrivel Almadense, das quais é sócio honorário. É sócio fundador e presidente da Mesa da Assembleia Geral da SCALA - Sociedade Cultural de Artes e Letras de Almada. Embora só escrevesse o seu primeiro livro aos 65 anos.

Desde os anos 50 que viu a sua qualidade literária ser reconhecida, através da atribuição de diversos prémios literários em Jogos Florais. Durante os últimos anos tem sido convidado para apresentar e prefaciar livros da autoria de inúmeros escritores e poetas do  concelho. Em 1994 foi distinguido com a Medalha de Ouro de Mérito Cultural pela Câmara Municipal de Almada.

Publicou: Estórias D' Almada Antiga, narrativa(1990); Escapes de Uma Vida, poesia (1992); Cacilhas, Memórias Soltas,narrativa (1994); Ginásio Clube do Su,75 anos de Glória, biografia(1995) - de parceria com Henrique Mota;  Margem Sul.poesia (1997); Chico de Almada - Histórias Alegres, ficção (2002), e Clube Recreativo José Avelino,Uma Colectividade Especial na História de Cacilhas, história(2004).


(1*) autores VictorAparício; Luís Alves Milheiro, Abrantes Raposo e Artur Vaz.

Fernando Barão,em1994, aquando do 74º Aniversário do Ginásio Clube do Sul, dia em que também fez
apresentação do seu livro Cacilhas Memórias Soltas



      

quinta-feira, 21 de maio de 2020

REABRIU A CASA DA CERCA, FAÇA UMA VISITA AOS ESPAÇOS EXTERIORES, INCLUINDO JARDIM BOTÂNICO - O CHÃO DAS ARTES




A Câmara Municipal de Almada, de acordo com o plano de Desconfinamento, anunciou a abertura da Casa da Cerca, que ocorreu  no passado dia 18 de maio, com horário especial: Todos os dias, das 14h às 19 horas. 
Pode consultar aqui as várias atividades que pode visitar


sexta-feira, 15 de maio de 2020

ARTE XÁVEGA ,NA PRAIA DO MATO, COSTA DE CAPARICA

 
Os pescadores já na parte final a fecharam a rede para o peixe ficar dentro do saco,que depois é aberto e o peixe, é despejado numa lona ,onde é depois escolhido por tamanho e colocados,dentro de caixas. Na figura abaixo: 

Hoje aproveitei um pouco o desconfinamento,devido ao Covid - 19,e a parte da tarde foi passada no areal das praias da Costa de Caparica,que por sinal,a faina estava de volta,na tradicional Arte Xávega,uma tradição pescatória dos pescadores da Costa de Caparica, Fonte da Telha e Trafaria. Os tempos mudaram e, atualmente a arte xávega é feita com a ajuda de tratores,tendo-se tornado num processo muito mais rápido e menos doloroso.

A arte xávega é uma pesca tradicional de cerco e arrasto, praticada aqui na nossa costa maritima que vai da Costa de Caparica até à Fonte da Telha. Os tempos mudaram e, atualmente a Xávega é feita com a ajuda de tratores,quando antes eram utilizados,juntas de bois,ou mesmo os braços do homem, para puxarem as redes,um processo muito moroso e doloroso. 

O aparelho de pesca é constituído por um saco,prolongado por duas mangas, nos estremos das quais se amarram os cabos.Uma das extremidade do aparelho fica em terra,enquanto o resto é colocado a bordo da embarcação,adaptada de motor, que sai para o mar, e depois vai largando a rede e no final trás a outra extremidade para terra e ambas são depois puxadas por dois tratores.

Esta pesca tradicional praticada na Costa de Caparica faz parte do Inventário Nacional do Património Cultural Imaterial.

segunda-feira, 20 de abril de 2020

Memórias - Pragal : Aquando da Exposição de Pintura de um dos seus Filhos, Manuel Rodrigues Domingos

 "A minha simplicidade de operário da construção civil afastou-me,quem sabe, de uma grande carreira artística"
João Fernando,presidente da Associação Cultural Manuel da Fonseca e Manuel Rodrigues Domingos

Neste post vou publicar uma entrevista que realizei a Manuel Rodrigues Domingos-"Manel Daspanholas",na Associação Cultura Manuel da Fonseca,no Pragal,na altura presidida por João Fernando e que ainda hoje está á frente dos destinos da Associação,como presidente,a propósito, da Exposição de Pintura, que esteve patente,nessa agremiação Cultural do Pragal, de 2 de novembro até ao final de dezembro, de 1997. 

Entrevista essa publicada no então- Jornal de Almada, a 21 de Novembro de 1997,e que aqui a vamos reproduzir:.


-" Nascido na Freguesia do Pragal em 12 de julho de 1931[...],muito cedo, após a instrução primária, se tornou operário da construção civil. Tal como muitos outros jovens com quem viveu, não foi fácil a adaptação à dura realidade das infâncias de então. A fuga para um mundo consetâneo com a sua tenra idade fazia-se através de refúgios no "Forno de Cima",na Arrábida -Tejo,onde as brincadeiras substituíam a rotina da sobrevivência.Foi talvez nestes refúgios que se apaixonou pela envolvência natural das paisagens que o rodeavam.

Foi um amor que permaneceu mesmo quando estava longe do seu país, na emigração, recurso para uma vida melhor.Foi  este amor que o levou a iniciar-se, então,na pintura e na escrita,com traços muito próprios, quem sabe  numa forma de perpetuar imagens marcantes de realidades sofridas e envolventes»- assim foi apresentado o artista pela direção da Associação Cultural Manuel da Fomseca,então presidida por João Fernando.


"A minha simplicidade de operário da construção civil afastou-me,quem sabe, de uma grande carreira artística"


A Associação Cultural Manuel da Fonseca, no Pragal,está patente ao público,desde o passado dia 2 de Novembro,prolongando-se até final do mês de Dezembro, a Exposição de Pintura de 'Manel Daspanholas',um pragalense que decidiu, finalmente,colocar à vista o seu rico munto artístico,com uma série de quadros de fazer inveja a muitos pintores. 

Nuna das visitas que fizemos à Galeria Manuelda Fonseca, a nossa reportagem falou com o pintor Manuel Rodrigues, um homem simples e que nos recebeu de forma amável e cordial,mas ao mesmo tempo com certa admiração pela inesperada entrevista que lhes solicitamos para que desse a conhecer umpouco da sua vida de pintor.

O seu gosto pela pintura já vinha de longe e mais o apetite se aguçou por esta arte, quando como operário da construção civil foi trabalhar para a casa dopintor Peniche Galveias. Aí, como nos disse admirou belas obras,chegando mesmo a deixar o trabalho para apreciar os quadros expostos na casa de Peniche Galveias. Esse gosto pela pintura,não passou despercebido ao pintor,que observava atentamente Manuel Rodrigues, sem que este desse por isso.

- Decerto que o pintor Peniche Galveias o influenciou Bastante?

-" Sim, ao notar o meu sentido e gosto pela pintura,um dia disse se eu queria experimentar fazer algumas pinturas. A minha resposta embora com alguma timidez, foi logo que sim; e então ele deu-me todo o material necessário, como pincéis,tintas,guache, carvão e ainda me deu 20$00,para eu comprar oque fosse necessário. Os primeiros trabalhos foram feitos e apresentados ao pintor,oqual ficou encantado com os mesmos, tendo de seguida apresentado ao Manuel Cargaleiro e a aalguns peritos na matéria,os quais ficaram fascinados. Estavamos no ano  de 1956".

"Manuel Cargaleiro,marcou uma entrevista com um responsável da Fundação  Caloustne GulbenKian, mas  não compareci " Um simples operário da construção civil,a ser recebido por doutores e professores(dai como disse passei ao lado de uma carreira)"



- Mas quando tudo indicava que as portas se estavam  a abrir para o sucesso,por iroina do destino,o senhor passou ao lado de uma grande carreira. O que se passou de concreto?

-" Disse muito bem que eu passei ao lado de uma grande carreira,porque na altura o Manuel Gargaleiro,marcou uma entrevista com um responsável da Fundação Gulbenkian,para ver a possibilidade de me ser atríbuido um subsídio,mas na hora "H" eu não compareci.Repare,um simples operário da construção civil a ser recebido por doutores ou professores,isso para mim fazia-me grande confusão, daí,talvez,como disse no inicio, eu ter passado ao lado de uma carreira, mas a opção foi tomada.É natural que volvidos todos estes anos,penso que se fosse hoje, não teria hesitado".

- Depois seguiu-se a emigração?

-" Sim, emigrei para o sul de França, para exercer a minha atividade na construção civil, depois fiz parte de um grupo de pintores e poetas,pessoas das artes.Aí fui aceite como mascote, os meus trabalhos começaram a ser vistos e hoje,do que sei, bebi muito,no seio desse extraordinário grupo de que guardo as melhores recordações".

- Após o seu regresso ao país e à terra natal que o acolheu e lhe propôs que divulgasse um pouco da sua arte,arte essa que naturalmente é pouco conhecida dos portugueses?

-" Naturalmente os anos passaram, chegou a reforma e nada melhor que regressar à nossa terra; e foi com muita alegria que recebi o convite para expor os meus trabalhos aqui na galeria da Associação Manuel da Fonseca. E desde já o meu agradecimento à direção da Associação, por me ter facultado este espaço para eu fazer a minha exposição":

- Gostaríamos de saber se já passaram por aqui,para apreciar os seus trabalhos, os pintores Peniche Galveias e Manuel Gargaleiro?

-" Não,ainda não estiveram cá,mas gostaria imenso que eles passassem por aqui, para verem a minha exposição.Daí através do «Jornal de Almada» para que eles apareçam aqui no Pragal".

Esta a entrevista possível ao pintor, ao autodidacta,ao homem simples que ao fim de uma vida árdua,mantém a mesma simplicidade, a mesma timidez, a mesma humildade e postura que não passou despercebida ao entrevistador.
apreciar