sexta-feira, 15 de outubro de 2021

CULTURA » LANÇAMENTO DO LIVRO "A CRUELDADE DO ORÁCULO" DA ESCRITORA PALMIRA CLARA NA BIBLIOTECA JOSÉ SARAMAGO, NO FEIJÓ, NO DIA 23 DE OUTUBRO

 

A poetisa Palmira Clara


A escritora Palmira Clara convida todos os interessados em participar no evento de lançamento do livro, em prosa, A Crueldade do Oráculo, no próximo dia 23, pelas 16 horas, na biblioteca Municipal José Saramago, na Rua Alembrança, no Feijó -Almada.

Face de não existir a restrição ao número de presenças, estando apenas limitado à capacidade do espaço. Neste caso, a sala onde decorrerá o evento comporta 70 pessoas.

A apresentação da obra vai estar a cargo do Dr. Ângelo Rodrigues.


Grata pela vossa presença, a autora Palmira Clara




segunda-feira, 13 de setembro de 2021

"ALMADA NAS ASAS DO SONHO" ESCRITO POR ORLANDO LARANJEIRO, APRESENTADO NO DIA 19 DE SETEMBRO NA INCRIVEL ALMADENSE

 


 O dirigente associativo Orlando Laranjeiro, escreveu mais um livro, que tem como título" Almada nas Asas do Sonho". É de alguma forma a continuação do "Deixem-me Ser Quem Sou!", com a publicação de poemas e textos da sua autoria, que permaneciam inéditos. Alguns foram escritos durante a pandemia, por sentir a necessidade de homenagear alguns amigos, para que não sejam "esquecidos".

A Sociedade Filarmónica Incrível Almadense e a "Tertúlia do Bacalhau com Grão" têm o prazer de vos convidar para a apresentação do livro "Almada nas Asas do Sonho"(e outros poemas e prosas guardados no baú) da autoria de Orlando Laranjeiro



A cerimónia de lançamento está agendada para o Salão de Festas da Incrível Almadense, no dia 19 de Setembro, domingo, às 16 horas. Como devem calcular, será um gosto para o Orlando contar com a vossa presença e dar-vos um olá, depois de todo este tempo de "recolhimento" forçado, para todos nós.




A obra será apresentada pelo escritor almadense Luís Alves Milheiro


ALMADA,TERRA CORAGEM

Vive em frente de Lisboa

Sobre o Tejo Debruçada

Terra de gente de proa

Linda Cidade de Almada



Há quem lhe chame Outra Banda

Por morar do lado esquerdo

Ser sentinela e varanda

De um povo que não tem medo


Foi terra valente

Por nós sempre amada

Foi grito, semente 

De gente acordada


Almada fabril

De ganga vestida

Almada de Abril

Nunca foi vencida


No tempo da tirania

A velha Vila de Almada

Lutou p'la democracia

Foi bandeira e foi vanguarda


Por isso a ti, ó Cidade

Quero prestar-te homenagem

Raiz, Força, Liberdade

Almada, Terra Coragem


Autor: Orlando Laranjeiro- extraído do livro "Deixem -me Ser Quem Sou!", 


segunda-feira, 12 de julho de 2021

NOTICIAS SOBRE » ALCÁCER DO SAL 24 ANOS ENQUANTO CIDADE 1997 - 2021





Foi a 12 de julho de 1997 que Alcácer do Sal, deixou de ser vila para passar a estar classificada como cidade, foi Vila na minha meninice onde me fixei-me em 1960, com os meus pais e irmãos, no Bairro do Laranjal, por cima do Hospital, tendo por perto as escolas, onde transitei vindo da Escola sitiada, na Herdade de Monte Novo do Sul, residi nessa linda vila beijada pelo rio Sado até 1965,até vir morar para a minha outra cidade Almada.. Hoje dia 12 de Julho de 2021, a cidade comemora 24 anos, uma data que aqui registo e partilho, bem como, vos deixo aqui locais de interesse que poderá visitar.


Alcácer do Sal é uma cidade histórica, debruçando-se em anfiteatro sobre o rio Sado, povoada de velhos bairros medievais e encimada por um castelo de base muçulmana. É a sede de um município de grandes dimensões (o segundo maior do país), com 1479,94 km² de área, mas apenas pouco mais de 13 mil habitantes, subdivididos em quatro freguesias: Comporta, São Martinho, Torrão e União das Freguesias de Alcácer do Sal (Santa Maria do Castelo e Santiago) e Santa Susana.

O concelho é limitado a norte pelos municípios de Palmela, Vendas Novas e Montemor-o-Novo; a nordeste por Viana do Alentejo; a leste por Alvito; a sul, por Ferreira do Alentejo e Grândola; a oeste também por Grândola, através de um braço do estuário do Sado; e a noroeste, através do estuário do Sado, por Setúbal.

A poucos quilómetros da cidade de Alcácer, seguindo o curso do rio Sado para jusante, encontra-se a Reserva Natural do Estuário do Sado, que se desenvolve ao longo de cerca de 23.160 hectares, a maior parte dos quais corresponde a zonas húmidas, nomeadamente canais, esteiros e sapais.


Locais de interesse:


Torrão – O encanto desta freguesia emana das ruas e das casas encimadas por enormes chaminés. Recebeu foral manuelino em 1512 e terá sido berço de Bernardim Ribeiro, famoso poeta e escritor quinhentista.
A 35 quilómetros da sede do concelho, possui uma igreja paroquial, que é monumento nacional. Fora da vila, a caminho de Vila Nova de Baronia, surge, na extensa planície, uma construção singular – joia da arquitetura popular – a Ermida de Nossa Senhora do Bom Sucesso.
Numa paisagem de olivais e trigo não faltam os rebanhos de ovelhas, cujo leite permite o fabrico de produtos de qualidade: queijo e queijadas. No vale de Xarrana (afluente do Sado) ressaltam as azenhas e os freixos.
A barragem de Vale do Gaio é um dos locais ideais para a prática de vela, windsurf e pesca desportiva. Junto às suas águas existe um esplêndido hotel a convidar ao repouso e à contemplação da paisagem da região.

 

De salientar que o arroz ocupava muita mão de obra, com enormes ranchos de pessoas que se deslocavam do litoral do sul do país, para as herdades de Montevil, Cachopos, Monte Novo do Sul, Murta, Carrasqueira e Comporta, refiro-me apenas à margem esquerda da foz do Rio Sado, para a plantação do arroz e monda. Depois voltavam às suas origens e voltavam de novo, mas agora para a Ceifa do arroz

Comporta - Esta aldeia com crescente importância turística situa-se a pouca distância da costa oceânica e tem um conjunto arquitetónico equilibrado, que constitui um testemunho contra a uniformização e despersonalização típicos do desenvolvimento moderno. Uma das principais produções desta zona é o arroz. Destaca-se, nesta freguesia, a Carrasqueira, um povoado de pescadores integrado na Reserva Natural do Estuário do Sado cujas atividades dos seus habitantes se dividem entre a lida da terra e a faina marítima. A última é uma das atividades tradicionais das populações estuarinas que maior expressão económica tem atualmente. Destaca-se o porto de pesca palafítico, construção única na Europa que oferece uma boa perspetiva sobre os sapais. Ainda existem aqui as tradicionais habitações feitas em madeira, caniço e “bacejo” ou “estorno”.

Ponte de Alcácer do Sal, o ex- libre da cidade  que fazia a ligação ao sul, hoje com as novas infraestruturas rodoviárias criadas, a cidade passou a ficar mais isolada, sem aquele movimento de outrora, na  zona ribeirinha  da cidade, atualmente renovada, com uma ponte pedonal e a na sua margem esquerda, com zonas de lazer


Santa Susana – Pequena aldeia de casas brancas a sobressair das searas e dos sobreiros. Destacam-se a igreja e as suas duas magníficas pinturas sobre madeira, do séc. XVI. A barragem de Pego do Altar, nesta freguesia, é também convidativa. Entre os bosques e o céu azul, a superfície espelhada das águas presta-se aos prazeres e ao desafio das atividades aquáticas.

 

Herdade do Pinheiro – Constitui um exemplo de arquitetura e urbanismo populares, com casas brancas ordenadas num conjunto equilibrado. Do alto do Monte do Pinheiro dá para ver uma grande parte do estuário do Sado. Aqui nidificam várias espécies de aves, anatídeos e limícolas. Durante a época romana existia nesta herdade um centro industrial de salga de peixe, considerado um dos mais importantes do Mediterrâneo Ocidental.

 

Abul - De fundação fenícia, é um edifício de orientação comercial datado do século VII – VI a.C. 

  

Villa Romana de Santa Catarina de Sítimos – Estação arqueológica onde foram desenvolvidas escavações em 2006 e 2007, que revelaram uma piscina monumental e um santuário provavelmente dedicado à deusa Vénus. É possível efetuar visitas guiadas, com marcação prévia junto do Posto de Turismo ou do Gabinete de Arqueologia da Câmara Municipal de Alcácer do Sal.


Site:Consulte aqui primeiras civilizações

Texto:Fonte: CM Alcácer do Sal

Fotos: Joaquim Candeias

segunda-feira, 24 de maio de 2021

O PEN CLUBE PORTUGUÊS » VAI LANÇAR EM OUTUBRO O LIVRO - OS DIAS DA PESTE- DA ESCRITORA TERESA MARTINS MARQUES

Enquanto membro do PEN Clube Português, Jerónimo Jarmelo é um dos autores portugueses participantes neste Livro (2 Poemas).

A Emporium Editora e o Autor Jerónimo Jarmelo ,autor de dois livros,  participar no Prémio Literário Oceanos 2021. Todas as obras são avaliadas por júris internacionais, compostos por escritores, poetas, professores e críticos literários dos países membros da CPLP!


O PEN Internacional (P.E.N. é a abreviatura de Poetas, Ensaístas, Novelistas). O clube Internacional foi fundado por Catherine Amy Dawson-Scott (1865-1934), em Londres, em 1921, no rescaldo da Primeira Grande Guerra.

Um dos seus objectivos fundamentais, enquanto associação agora já mundial, é que os diversos autores se conheçam uns aos outros, e às respectivas obras; que se envolvam activamente na defesa dos direitos humanos, em particular no que se refere à liberdade de expressão, promovendo o socorro a escritores perseguidos, presos, torturados, exilados.

A organização tem um conhecimento profundo de todos os casos que vão surgindo, e empenha-se activamente na resolução de situações problemáticas.

Para comemorar o centenário do PEN International, o PEN Clube Português, cuja presidente é a Professora Universitária e escritora Teresa Martins Marques decidiu editar um livro – OS DIAS DA PESTE – cujo lançamento está previsto para o próximo mês de Outubro, na Fundação Calouste Gulbenkian.

A obra reúne textos e poemas de 272 autores de 58 países, em quatro línguas: português, inglês, espanhol e francês.
Enquanto membro do PEN Clube Português, Jerónimo Jarmelo é um dos autores portugueses participantes neste Livro (2 Poemas).

Fonte: Jerónimo Jarmelo

terça-feira, 6 de abril de 2021

Plano Inclinado/Estaleiro do Porto Brandão: Imóvel de Interesse Municipal (IM) Pedido de parecer à DGPC -Direcção Geral do Património Cultural MUNICÍPIO DE ALMADA Fevereiro 2019


Em reunião do Executivo Municipal realizada no dia 20 de janeiro de 2020, a Câmara Municipal de Almada deliberou, por unanimidade, ao abrigo do disposto no n.º 1 do artigo 57.º do Decreto-Lei n.º 309/2009, de 23 de Outubro, proceder à abertura do procedimento de classificação do Plano Inclinado/Estaleiro do Porto Brandão como imóvel de interesse municipal (IM), atendendo a que se trata de bem imóvel cuja proteção e valorização representa um valor cultural de significado predominante para o Município de Almada, conforme edital n.º 392/2020 de 18 de fevereiro, publicado no Diário da República n.º 53, 2ª série, de 16 de março de 2020.

O referido edital a partir da data de publicação no Diário da Repúblia,esteve em periodo de consulta pública durante 30 dias, durante o qual os elementos que instruem o processo, nomeadamente os elementos relevantes, a proposta de reunião de câmara e a planta de localização,estiveram disponiveis para consulta de todos os interessados, no Museu Naval de Almada da Câmara Municipal de Almada, bem como na página eletrónica da Câmara Municipal de Almada.

 

Estaleiro de construção e reparação naval de navios em madeira, com implantação ribeirinha, integrado no Núcleo Histórico do Porto Brandão (de acordo com “Delimitação de Núcleos Históricos”, aprovada em reunião de câmara de 11 de julho de 1986) e abrangido pela Área de Reabilitação Urbana (ARU) do Porto Brandão (Edital n.º 158/2016, “Operação de Reabilitação Urbana de Porto Brandão” – DR, 2ª série, n.º 35 de 19 de fevereiro). 


6.1. Época construtiva: Séculos XIX e XX

6.2. Síntese histórica

 Ao longo do litoral do Concelho de Almada, em todos os lugares onde é possível obter um varadouro ou um abrigo a favor de uma praia de areia, desenvolveram-se atividades de pesca e trafego marítimo de pessoas e mercadorias. 

Decorrente destas atividades, aproveitando as condições naturais proporcionadas pelas praias e restingas abrigadas, portinhos e antigos esteiros, fixaram-se ao longo dos séculos na “Banda d’Além” alguns estaleiros artesanais e outros de média dimensão ou capacidade de construção e reparação de navios em madeira, onde os trabalhos eram normalmente executados a céu aberto passando mais tarde a ser executados em recintos cobertos, total ou parcialmente. 

Com os estaleiros surgiram profissões como por exemplo: os carpinteiros de machado e os calafates, entre outros. 

Até ao século XVII o Porto Brandão, povoação localizada na margem esquerda do estuário do Tejo no final de um talvegue/linha de água que tem início na Torre de Caparica, passando pela Fonte Santa, desaguando na praia do Porto Brandão, era um local pouco povoado e na sua origem tem, naturalmente, as atividades ligadas ao Rio como a pesca, os transportes fluviais e a construção e reparação naval.

 Em meados do século XVIII, era um dos principais portos de mar do concelho de Almada. Aqui era o local onde, desde tempos antigos, se traçavam e reparavam os Meia-Lua da Costa de Caparica e da vizinha Trafaria, embarcações dos pescadores locais, que teriam lugar na praia com as embarcações querenadas. 

Na primeira metade do século XIX era uma referência importante e regular na atividade da construção e reparação naval em madeira, cuja presença na margem Sul remonta a épocas mais recuadas. Será nesta época que a referência ao funcionamento de estaleiros de construção naval, vocacionados para a construção de navios em madeira em Almada, menciona o Porto Brandão como o local onde esta atividade era regular e tinha alguma importância, sendo o Plano Inclinado já referenciado no Plano Hydrographico do Porto de Lisboa, levantado de 1845 a 1847. Este estaleiro e os doSeixal e Amora, juntamente com os da Junqueira e de Santos, construíam entre dez e doze navios por ano.

 Na segunda metade do século XIX, em 1854, é lançada à água a décima quarta construção deste estaleiro e três anos mais tarde, José Pedro Colares usufruindo dos apoios concedidos pelo Estado para a introdução de novas tecnologias participa no capital de uma sociedade que tinha conseguido a concessão para a construção, no lugar do Porto Brandão, de docas e planos inclinados. 

Em 1861 a Empresa de Planos Inclinados, de que são subscritores António José de Sousa Almada e o engenheiro hidráulico Thomas White, obtém nova concessão e dois anos mais tarde, em 1863, é declarada a utilidade pública e consequente expropriação de uma parcela do Largo do Porto Brandão para a instalação de armazéns e oficinas dos concessionários, estando em adiantado estado de construção o plano inclinado para alagem de navios de 700 toneladas de porte. O plano inclinado (pioneiro em Portugal) cujos carros de alagem eram movidos por uma poderosa máquina a vapor já se encontrava já em laboração em 1865. 

O estaleiro mantem-se em atividade e em 1949 são feitos melhoramentos nas instalações por iniciativa do industrial da construção naval Gonçalo José Gonçalves, que se instala no Porto Brandão onde constrói e repara várias traineiras de pesca do alto.

 Mais tarde, em 1953, o estaleiro e plano inclinado é vendido a Alfredo “Cegueta”, industrial que seria natural desta localidade, até que a Cooperativa de Rebocadores “Os Catraeiros” passa a utilizar as instalações para apoio à sua frota. 

A introdução do ferro e do aço na construção naval associada ao declínio das atividades fluviais resultantes da inauguração, em 1966, da Ponte sobre o Tejo levam ao abandono progressivo da construção e navegação tradicional e das profissões relacionadas com o Rio. Os estaleiros que em Cacilhas, Margueira e Mutela trabalhavam com madeira abandonam os locais ou cessam a laboração sendo que o do Porto Brandão, o único existente no concelho, mantém a sua atividade durante todo o século XX. 

Em Almada, o Plano Inclinado/Estaleiro do Porto Brandão, o único in situ de construção e reparação de navios em madeira, constituído por pontão de alvenaria com escadas de acesso em pedra em ambos os lados, plano inclinado com três carreiras e armazéns e oficinas de apoio, é, pela sua singularidade, um testemunho da intervenção transformadora do homem na paisagem ao longo do tempo e da sobrevivência das atividades tradicionais no território assumindo, por isso, interesse patrimonial relevante

 7. Caracterização arquitetónica

Caracterização arquitetónica O Plano Inclinado/Estaleiro do Porto Brandão, constituído por pontão de alvenaria (com cerca de 85m de extensão) paralelo à linha de costa para montante, no sentido Oeste/Este, com escadas de acesso, em pedra, em ambos os lados; definindo uma bacia onde se encontra a rampa, na qual se encontram instaladas três carreiras compostas por carris onde assentam os carros de alagem acionados por engenho de tração instalado no topo da rampa; do lado de terra, adossado ao pontão, encontrase um edifício de dois pisos, em alvenaria de tijolo, onde estão instalados armazéns, oficinas e escritórios; é o único de construção e reparação de navios em madeira ainda existente no Concelho.


 

sábado, 27 de março de 2021

JOSÉ FREITAS " GOLFINHO" DE GIBRALTAR ( MEMÓRIAS) - A REVOLTA DOS MARINHEIROS, EM 1936

Hermínio Martins, avô materno dos meus filhos Carlos e Anabela/ foi um dos 34 que foi enviado para o Tarrafal

A revolta dos marinheiros, em 1936, que se manifestou  nos navios Bartolomeu Dias e Afonso de Albuquerque, também teve a ver comigo e com os meus filhos, Carlos e Anabela.

O objetivo dos revoltosos era passar a barra do Tejo e, uma vez ao largo, exigir ao governo de Salazar que fossem reintegrados dezoito camaradas que tinham sido punidos após expedição do Afonso de Albuquerque a Espanha, pouco depois de ali ter eclodido a Guerra Civil. O  Afonso Albuquerque foi seriamente atingido pelas peças de artilharia do Alto Duque e do Forte de Almada, que provocaram oito mortos.

 Na altura, foi desencadeada uma limpeza contra elementos considerados de pouca confiança, na Marinha.

Foram presos e julgados 208 marinheiros,82 condenados,44 enviados para a Fortaleza - Prisão de Angra do Heroísmo, 4 ficaram no Forte de Peniche e 34 foram para o campo de concentração do Tarrafal, na ilha de S. Tiago, em Cabo Verde. Nestas pesadas penas, encontrava-se entre eles o avô dos meus filhos, Carlos e Anabela, Hermínio Martins que não tinha nada de politico, mas que se tornou um revoltado pelas trucidardes a que foi sujeito na "Frigideira", o chamado castigo da morte lenta, imposta pelo fascista Manuel dos Reis, um dos diretores do Campo.

Este "carrasco" disse, uma vez àqueles que lutavam pelas injustiças praticadas no Campo:« Quem vem para o Tarrafal vem para morrer», e lá morreram 32 antifascistas, Cândido de Oliveira contou nas suas memórias que o meu ex-sogro Hermínio Martins  foi o mais castigado na tortura da morte.

Com a sua saúde muito abalada devido às torturas ,foi considerado um doente de alto risco, tendo sido enviado para Lisboa, em 1951,a bordo do navio "Guiné". Assisti ao desembarque no cais de Alcântara, assim como outros seus camaradas. Não nos foi autorizado chegar junto do portaló, entrou no carro celular sem que as famílias pudessem falar com eles ou abraçá-los. Seguiu para a cadeia da penitenciária de Lisboa, cumprindo junto com os presos comuns algum tempo de prisão.


Foi quando me vali da amizade que tinha com o Dr. José Maria Antunes, um excelente médico de doenças pulmonares, que na altura desempenhava o cargo de Presidente da Federação Portuguesa de Natação, era responsável pela preparação do Batista Pereira, desportista da velha guarda(ex-jogador de Futebol da Associação Académica de Coimbra, e selecionador da Seleção Nacional de Futebol). Era diretor da Assistência Nacional de Tuberculose no edifício da 24 de Julho, junto ao mercado abastecedor da Ribeira Nova. Exercia também o cargo de diretor do Sanatório do Barro, em Torres Vedras, conseguiu transferi-lo para o Hospital da Marinha e depois para o Sanatório do Barro.


O pior foi arranjar a penicilina, que na altura, era o medicamento que mais contribuía para melhorar as doenças infecciosas.

Neste momento, tão grave, contactei uma série de camaradas e amigos ex-presos políticos. A palavra solidariedade era constante. Não me esqueço de uma senhora residente no Porto cujo filho tinha sido preso por andar a distribuir manifestos aos estudantes na cidade, tendo sido levado para o Tarrafal. Esta senhora com uma grande cotação na cidade do Porto era a única pessoa que tinha ordem do então Ministro da Defesa, Santos e Costa, para visitar o filho. Era portadora de mensagens dadas pelos familiares que se encontravam presos. Quando chegava ao continente, percorria o país de lés a lés com o objetivo de auxiliar as famílias mais necessitadas.

No "Campo da Morte Lenta". Esta foto foi tirada no Tarrafal. Anima-a vitalidade de quem sempre esteve do lado certo da vida, lutando com intrepidez contra o regime sanguinário, enfrentando de rosto erguido os seus mecanismos de terror. Hermínio Martins, avô materno dos meus filhos Carlos e Anabela, o primeiro da segunda fila (de boina).

Voltando ao apoio aos presos doentes. As receitas e os medicamentos necessários foram entregues por pessoas que conheci nos laboratórios, nos cafés de Baixa - Restauração, Gelo, Chave D'Ouro, Nicola - eu ia lá buscá-las, como tinha apenas 19 anos ninguém desconfiava de mim. Acontecia que 24 horas depois da entrega das receitas, voltava ao mesmo local e lá estava a encomenda que me era entregue, depois percorria a Avenida da Liberdade, até ao Marquês do Pombal, dirigia-me ao Consultório do Dr. José Maria Antunes e fazia-lhe a entrega de tão preciosos medicamentos. Ele, Doutor, tantas vezes me perguntou como era possível, que num tão curto espaço de tempo, conseguir encontrar medicamentos que, na altura, eram bastante difíceis de obter.

Andei muitos meses nestas tarefas, não só a favor do Hermínio mas de outros camaradas, que estavam internados no sanatório.


Infelizmente, esta luta veio mais tarde, já como país em liberdade, a ter o seu fim .No sanatório, Hermínio "o marinheiro" faleceu pode dizer-se sem festejar a Liberdade, o seu corpo foi sepultado no cemitério de Torres Vedras.

Recordo aqui as ações interventivas que o doutor José Maria Antunes teve na minha carreira como nadador, muitos foram os seus conselhos assim como o seu apoio médico. De realçar também a assistência que deu s alguns dos meus nadadores piedenses, com assistências gratuitas assim como os medicamentos quando ele nos dava. Muitas foram as vezes que deu assistência ao meu filho Carlos, quando ele era ainda adolescente. Bem-haja o Doutor por tudo quanto fez pela natação portuguesa.


* Extraído do Livro- José Freitas "Golfinho de Gibraltar(Memórias)

sábado, 30 de janeiro de 2021

SESSÃO DE ESCLARECIMENTO SOBRE AS VACINAS COVID-19 EM »» ON-LINE ««, LEVADA A EFEITO PELA ASSOCIAÇÃO PORTUGUESA DE MEDICINA GERAL E FAMILIAR

                             AQUI FICA O LINK




O Núcleo de Estratégia e Comunicação do ACeS Almada-Seixal, vem por este meio divulgar, conforme solicitado pelo Sr. Diretor Executivo, Dr. Alexandre Tomás, a informação relativa à sessão de esclarecimento sobre as vacinas COVID-19 que irá decorrer no próximo dia 30 de janeiro, pelas 21h30m.

A sessão de esclarecimento, realizada pela Associação Portuguesa de Medicina Geral e Familiar, é dirigida à população com a finalidade de esclarecer dúvidas e dissipar todos os mitos em redor das vacinas contra a COVID-19.

 

Segue infra o cartaz alusivo ao tema e a press release.

 

A sessão decorrerá on-line em webinars.apmgf.pt

 


Andreia Cardoso Lopes

NEC | Núcleo de Estratégia e Comunicação

ACeS Almada Seixal

 

Agrupamento de Centros de Saúde Almada - Seixal

Rua Dona Branca Saraiva de Carvalho, Nº 9 C 2845-452 Amora


Tel : 21 227 42 03  | Telm: 966 522 306 | andreia.c.lopes@arslvt.min-saude.pt  

sábado, 23 de janeiro de 2021

POESIA: O SOM DO SILÊNCIO - "NA AGONIA DA SOMBRA"


 Do livro "o Som do do Silêncio", da poetisa Alexandra Conduto, publicamos aqui,o poema"Na Agonia da Sombra"

 Morreu a lua

Na agonia da sombra,

Onde os sonhos

Ficaram adormecidos.

Escapou-se-me da alma a cor dos dias

E o calor dos momentos,

Deixei passar o tempo à deriva,

Afogado em sentimentos controversos,

Em dúvidas e quereres revirados do avesso,

Tantas coisas que se foram,

E que não voltarão,

Perdidas num tempo distante

Do qual nem a sombrar estou.

Mil desejos mortos deixados ao abandono

Na ausência lacerante de sono,

Na melancólica insónia que hoje sou.

Imploro que o tempo se detenha

Onde eu o possa alcançar,

E que não seja demasiado tarde para salvar

O que de mim restou...

    Autora: Alexandra Conduto


Enquanto eu acreditar na luz,escuridão alguma me´poderá devorar

sábado, 16 de janeiro de 2021

BOMBEIROS VOLUNTÁRIOS DE CACILHAS - 130 ANOS A SERVIR A POPULAÇÃO

  Simulacro de Incêndio realizado em Novembro de 2005 em Cacilhas

Na imagem a escada com alguns bombeiros a subirem ao andar onde está um foco de incêndio, na outra imagem dois bombeiros a desenrolar a mangueira

A 15 de janeiro de 1891 foi fundada a associação dos Bombeiros Voluntários de Cacilhas, 130 anos ao serviço da população. Devido ao confinamento imposto pelo Covid 19, não foi possivel festejar essa importante data aniversariante de uma associação humaniária que ao longo dos anos tem sido um pilar de persistência ao serviço das populações, uma casa ,onde se formam homens para a vida.

Para assinalar a passagem de mais um anversário, deixo aqui algumas fotos de um simulacro de incêndio realizado em Novembro de 2005, em Cacilhas, levado a cabo pelos Bombeiros Voluntário de Cacilhas
Recriar as auguadeiras que vendiam água ao domicílio ou pelas  ruas de Cacilhas e Almada


Na imagem tudo apostes para o inicio do Simulacro


Mais duas imagens que ilustram o desenrolar dos trabalhos

Aos Bombeiros Voluntários de Cacilhas, saudamos a passagem dos 130 anos de existência e que continuem a trabalhar para o bem comum. Feliz Aniversário

sexta-feira, 1 de janeiro de 2021

CAMINHO DA MOURA ENCANTADA - LENDA: O CÓS DA SAIA DE OURO

 Situada na freguesia de Alcaravela na Aldeia da Presa, a Zona de Lazer da Rosa Mana, possui um pequeno espaço junto da ribeira com mesas para piquenique. Ao longo da Ribeira existem diversas ruínas de antigas azenhas.

Ribeira da Presa,uma zona de Lazer da Rosa Mana,na freguesia de Alcaravela. Conta a lenda que por aqui viviam duas irmãs, uma chamada Rosa e a outra Maria. Um dia encontraram uma ribeira da qual começaram a abastecer-se de água. Quando a  Rosa ia à água, a Mana chama pelo seu nome,quando era a  Mana a ir, era a Rosa que chamava. Assim surgiu o nome Rosamana em homenagem a estas duas irmãs.

Lenda o Cós da Saia de Ouro

Há muito tempo, por aqui, o convivio entre cristãos e mouros tinha momentos altos e baixos, ora se ajudavam,ora armavam escaramuças por diferenças religiosas.

Certo dia,os cristâos ficaram a saber da existência de "uma saia de ouro,não muito longe da Pedra Moura,cujo cós já estaria muito gasto,de tanto gado lhe ter passado por cima.

Fonte:Rosamana

Anos mais tarde,já no século XIII, os mouros foram expulsos destas terras e os cristãos ficaram a saber o que deviam fazer para se apoderarem da dita saia. A pessoa que  a quiser levar, terá de encontrar o cós e cavar fundo.Abrir-se-á então a entrada duma galeria e logo aparecerá, ameaçadora, uma serpente medonha, com os dentes venenosos afiados para os cravar e matar o intruso. Assim, a pessoa terá de ir acompanhada de um objeto de corte, para cortar a língua à serpente até fazer sangue. Se não conseguir, será envenenado e o seu corpo arrastado para a caverna, para junto dos outros infelizes mal sucedidos.

Se conseguir cortar a língua da serpente, matá-la-á, ficando o caminho livre para se poder apoderar da saia. A pessoa terá de entrar na galeria, passar por cima dos cadáveres de quantos lá moram, continuar em frente, agarrar uma chave de brilhantes, que se encontrava pendurada no teto, e com ela abrir uma porta com grades,que mantém encerrada a linda Moura encantada, sentada num trono, adormecida.

Deve aproximar-se e dar-lhe um beijo na testa coroada.Ela acordadará e retribuir-lhe-â com outro beijo também na testa. Assim, a bela moura ficará livre para se encontrar com o seu príncipe, que a  espera algures no país "Mil e Uma Noites".

No regresso, o  libertador poderá tomar posse da valiosa saia de ouro.



Adaptado do livro "Alcaravela Memórias de um Povo" de Dr. Augusto Serras

 professor do Liceu Nacional de Almada

Município de Sardoal