Alexandra Conduto |
Quase
a chegar, o Livro do "Som do Silêncio"não posso deixar de partilhar a enorme honra de ter sido
escolhido para ler esta obra em primeiro lugar.
Prefácio,de Alberto Cuddel, sobre o Livro "Som do Silêncio"
Antes
de mais honra-me mormente o convite e o privilégio de prefaciar o
livro “O Som do Silencio” da poetisa Alexandra Conduto, tanto
mais que conheço bem as suas duas anteriores obras, onde a poeta
homenageia o pai, na dor e saudade da sua perda.
Prefaciar um livro de poesia é estar aberto à surpresa, esperar ser surpreendido a cada virgula, a cada verso, a cada página, a poesia é uma das poucas artes literárias que remete o leitor para contemplação, para a arte de degustação da palavra, neste livro a autora despoja-se do passado, criando novas paisagens do sentir, esse despojamento esta bem patente logo no poema de abertura, “Despi a saudade que vestia, / Desfiz-me do manto com que me cobria, /Deixei de ouvir as palavras vazias, / Esquivei-me aos gestos frios. / Saí.” Ao percorrermos este livro escutamos o grito do silêncio, o quanto é forte e ruidoso, o quanto nos açoita e equaciona num desassossego permanente, um silêncio que nos acaricia pela mão suave da brisa. Numa linguagem directa, a autora desenha-nos paisagens de emoções, momentos e sensações.
Prefaciar um livro de poesia é estar aberto à surpresa, esperar ser surpreendido a cada virgula, a cada verso, a cada página, a poesia é uma das poucas artes literárias que remete o leitor para contemplação, para a arte de degustação da palavra, neste livro a autora despoja-se do passado, criando novas paisagens do sentir, esse despojamento esta bem patente logo no poema de abertura, “Despi a saudade que vestia, / Desfiz-me do manto com que me cobria, /Deixei de ouvir as palavras vazias, / Esquivei-me aos gestos frios. / Saí.” Ao percorrermos este livro escutamos o grito do silêncio, o quanto é forte e ruidoso, o quanto nos açoita e equaciona num desassossego permanente, um silêncio que nos acaricia pela mão suave da brisa. Numa linguagem directa, a autora desenha-nos paisagens de emoções, momentos e sensações.
Ao
percorrermos este silêncio das palavras, vamos encontrando-nos com
os sons do mundo, com os sons da alma, o enaltecimento da fé, o
ruido do sol, uma alma que grita, até e porque não evidenciar uma
sensualidade velada, quase oculta por entre o silêncio dos desejos
carnais que gritam a peito aberto.
Numa
leitura mais atenta a cada um dos silêncios que inspiram a autora,
vamos percebendo que o mundo que a rodeia é poesia no seu estado
mais puro, uma simples janela que quebra o silêncio do dia, o
nascimento do sol rasgando a noite, as grades do corpo que a
aprisionam, o sofrimento contido no acto de ser mulher, mais que
silêncio, este livro de poesia é um grito de desassossego, uma
revolta sem medo, sem contemplações pela busca da afectividade, por
esse desejo carnal que nos corrói…
“O Som do Silêncio”
é na sua essência barulhento, a autora grita com cada um de nós
numa exposição transparente da sua alma, cada sussurro, cada beijo,
cada gemido aprisionado na garganta, encontro na leitura deste livro
ainda uma escravidão social e silenciosa imposta à mulher nascida
no seculo XX, uma demonstração de contenção linguística sem que
grite e expluda no resultado da sua libertação, uma poesia sofrida
e contida nas agruras da vida do emocional feminino, como tão bem
foi mostrada por Florbela Espanca no inicio do seculo XX.
O
leitor atento será guiado pelas emoções, entre o sorriso e a
lágrima, entre a loucura e o desprendimento, nasce o desejo, o
desejo de mais, o desejo de ser, o desejo humano, corporal e
afectivo. Despede-se a autora com um poema intrigante, descreve o
sofrimento como se de uma inevitabilidade se tratasse, que nunca
acaba:
“Já
não sei quem sou.
Já pouco importa
De onde
vim,
Nem para onde vou.
Sinto o mundo acabar
De
tanta vontade de te encontrar,
Na vontade de te ter
Mesmo
estando morta continuo a sofrer...”
Por
tudo isto e pelo teu grito brilhantemente conseguido te dou os meus
sinceros parabéns a ti Alexandra conduto. Uma obra a ser degustada
devagar, sentido o aroma e o fluir dos corpos, em cada silêncio
incontido.
Alberto
Cuddel
De referir que António Alberto Teixeira Sousa - Alberto Cuddel, um poeta que também tem publicado alguns livros,com destaque para-"Entre Pontos e Virgulas",Poesia O Silêncio Que a Noite Traz e "Como Fazer Amor".
De referir que António Alberto Teixeira Sousa - Alberto Cuddel, um poeta que também tem publicado alguns livros,com destaque para-"Entre Pontos e Virgulas",Poesia O Silêncio Que a Noite Traz e "Como Fazer Amor".
Uma verdadeira honra ter tido a oportunidade de prefaciar este livro da Alexandra uma vez que tenho acompanhado a sua obra e crescimento. Parabéns Alexandra Conduto
ResponderEliminarCasualmente, entrei no seu blogue, achei engraçado termos gostos iguais, pelo menos no título, quanto ao interior não sei, pois não conheço a sua escrita. Publiquei em Outubro de 2018, o meu 5º livro com o título "Os Sons do Silêncio", apenas um "s" de diferença.
ResponderEliminarFelicidades e muito sucesso.