A presidente da Câmara Municipal de Almada,Inês Medeiros,ladeada à sua direita por Carla Pais e à sua esquerda,por Ana Pessoa |
Carla Paias venceu a 30.ª edição do Prémio
Literário Cidade de Almada – Prosa, com o romance Um cão deitado
à fossa.
Já Ana Pessoa foi distinguida pela 13.ª edição Prémio
Literário Maria Rosa Colaço, dedicada à literatura juvenil,
com o original Aqui é um bom lugar.
Os
galardões foram atribuídos este sábado, 27 de outubro, no Fórum Municipal Romeu
Correia – Sala Pablo Neruda.
Em 2018
integraram as competições cerca de meia centena de obras originais.
A cada uma
das autoras premiadas a Câmara Municipal de Almada atribuiu um prémio monetário
no valor de cinco mil euros.
Prémio Literário Cidade de Almada – Prosa
«Um cão
deitado à fossa é um romance cuja arquitetura literária se processa
através do cruzamento de dois registos narrativos diferentes. Por um lado,
temos uma estória que encena vidas marcadas por uma espécie de infelicidade
dramática de natureza psicológica e afetiva, e onde um modo machista e
repressivo de estar no mundo orienta, através de uma linguagem muito grosseira,
comportamentos iníquos e atitudes violentas. Por outro lado, num registo
gráfico e literário totalmente diferente, e através de uma forma de comentário
estilisticamente muito cativante mas de grande contundência, temos uma espécie
de libelo acusatório desse universo tipificado por homens egoístas e mulheres
submissas.
Embora a
atmosfera do romance seja a de uma ruralidade fechada nos seus próprios
fantasmas, este é um romance muito agradável de ler. O tom violento e, por
vezes, desesperado por que ele dá a ver as complexas relações entre homens e
mulheres emerge de uma escrita cujo alcance propriamente literário deve ser
reconhecido pela sua qualidade imagística e harmonia estilística», de acordo
com o júri do Prémio Literário Cidade de Almada 2018.
Lançado pela Câmara Municipal de Almada, o Prémio
Literário Cidade de Almada é considerado uma referência nacional na área da
literatura e na promoção da criação literária em língua portuguesa.
A mesa que presidiu à cerimónia da entrega dos prémios,com as duas premiadas, em ambos os extremos da mesa. Cerimónia que foi presidida por Inês Medeiros, presidente da Câmara Municipal de Almada. |
Prémio
Literário Maria Rosa Colaço
De acordo com a apreciação do
júri, «em Aqui é um bom lugar, um longo e vivo registo
autobiográfico, Teresa Tristeza (pseudónimo de Ana Pessoa) vai dando
conta do seu mundo, daquilo que dentro de si fervilha e daquilo que sobre os
outros vai pensando. Entre o Outono e o Verão, entre os 17 e os 18 anos, entre o terminus da sua passagem pela Escola Secundária e a entrada na Universidade, a protagonista regista as emoções, os dilemas, as incertezas, as angústias e perplexidades próprias do crescimento. Verosímil e forte, a narrativa envolve o potencial recetor – o jovem leitor – que, com facilidade, se identificará não apenas com as vivências partilhadas (em casa com a família, na escola com os colegas e professores, etc.), mas também com a linguagem e o estilo, muito contemporâneos, que distinguem o relato».Carla Pais venceu a 30.ª edição do Prémio Literário Cidade de Almada– Prosa, com o romance "Um cão deitado à fossa", e a presidente da Câmara Municipal de Almada, Inês Medeiros |
Organizado pela Câmara Municipal de Almada, o Prémio Literário Maria Rosa Colaço pretende homenagear a ilustre escritora e incentivar a criatividade literária de autores portugueses, nos domínios da literatura infantil e juvenil.
Sobre as autoras
Carla Pais nasceu em Leiria, em 1979. Abandonou a escola aos dezassete anos para ser mãe, terminando mais tarde o 12.º ano à noite. Em 2012 decidiu instalar-se de armas e bagagens em França, onde fez limpezas, embalou salmão e tomou conta de crianças. Hoje é empregada de escritório num Centro de Formação à Distância.
Em 2015 venceu o Prémio Literário Horácio Bento Gouveia com o conto A Alma do Diabo. No mesmo ano obteve também o terceiro lugar no concurso de poesia Agostinho Gomes com o poema Assimetria dos Lábios.
Em 2016 o seu conto O búzio do meu pai foi selecionado para integrar a antologia de contos A Infância, promovida pelo Centro de Estudos Mário Cláudio.
Em 2017 a sua obra A Instrumentação do Fogo arrecadou o Prémio de Poesia Francisco Rodrigues Lobo.
Indigitado para o Prémio Revelação Agustina Bessa-Luís de 2016, o romance Mea Culpa acabou por não o obter, dado que a autora tinha publicado anteriormente uma outra obra de carácter ficcional, o que o regulamento não permitia.
A autarca Inês Medeiros, tendo a seu lado, Ana Pessoa, distinguida pela 13.ª edição Prémio Literário Maria Rosa Colaço, dedicada à literatura juvenil, com o original "Aqui é um bom lugar". |
Ana Pessoa nasceu em Lisboa, em 1982, e começou a escrever histórias aos 10 anos.
Estudou Línguas e Literaturas Modernas (Estudos Portugueses e Alemães) na Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa.
Estudou Línguas e Literaturas Modernas (Estudos Portugueses e Alemães) na Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa.
Saiu de Portugal com 22 anos para fazer um estágio de seis meses na Alemanha e nunca mais voltou. Vive em Bruxelas desde 2007, onde trabalha como tradutora.
Tem contos publicados em várias coletâneas e textos premiados em Portugal (incluindo Jovens Criadores'10, Aveiro Jovem Criador 2010 e Jovens Criadores'12) e também noutras paragens (Concurso internacional de contos Um mar de palavras 2010, Espanha, Concurso Internacional de Teatro Castello di Duino 2011, Itália).
O seu primeiro livro, O caderno vermelho da rapariga karateca, venceu o Prémio Branquinho da Fonseca 2011, na modalidade Juvenil. Super- gigante é a sua segunda obra.
Fonte:Câmara Municipal de Almada
Fotos: Cmalmada
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