domingo, 28 de julho de 2013

SUBMARINO BARRACUDA EM CACILHAS

SUBMARINO BARRACUDA JÁ ESTÁ EM CACILHAS PARA FAZER PARTE DO POLO MUSEOLÓGICO
Imagem captada a partir do morro de Cacilhas, com os trabalhos de docagem do Barracuda a decorrer
O submarino Barracuda cumpriu na passada quinta-feira, 25 de Julho, a última viagem para se juntar à fragata D. Fernando II e Glória no polo museológico que a Câmara de Almada e a Marinha Portuguesa estão a construir em Cacilhas.
 
Depois de 42 anos de serviço e um total de 52 mil horas de navegação, o último submarino da classe Albacora a sair do activo partiu da Base Naval de Lisboa, no Alfeite, para as docas dos antigos estaleiros navais da Parry & Son, junto ao cais de embarque da Transtejo.
Este acontecimento levou a Cacilhas algumas centenas de pessoas para presenciarem as manobras de entrada da doca nº 1 do submarino Barracuda, bem como  responsáveis da Marinha Portuguesa e representantes da autarquia almadense
 
“É um dia de muita alegria. O Barracuda podia, pura e simplesmente, ser desmantelado e perdermos uma memória de 42 anos de actividade”, disse o último comandante do submarino Barracuda, capitão-tenente Baptista Pereira, agora comandante do novo submarino Arpão.

“O Barracuda pertence a uma classe de submarinos que se chamou Albacora, que nasceu em 1967 e que teve quatro navios – o Albacora, o Barracuda, o Delfim e o Cachalote”,acrescentou. A tripulação era composta por 54 homens.
O capitão-tenente, sublinhou a competência da Marinha Portuguesa, lembrando que submarinos idênticos de outros países cessaram a actividade ao fim de 25 anos.
 



ESTAMOS A CONSTRUIR O NÚCLEO MUSEOLÓGICO
A presidente da Câmara de Almada, Maria Emília de Sousa, referiu à Lusa que a musealização do Barracuda, projecto que custou à autarquia cerca de 500.000 euros, só foi possível “graças às boas relações do município com a Marinha Portuguesa”.“Estamos a construir o núcleo museológico da Marinha Portuguesa no concelho de Almada. Temos de agradecer muito à Marinha Portuguesa que, com estas manobras delicadas, nos deu mais uma prova de grande rigor, de grande competência, no desempenho da sua missão”, disse.
A presidente da Câmara de Almada, Maria Emília de Sousa, referiu à Lusa que a musealização do Barracuda, projecto que custou à autarquia cerca de 500.000 euros, só foi possível “graças às boas relações do município com a Marinha Portuguesa”.
De acordo com a estimativa do responsável da Marinha pela musealização do Barracuda, Bossa Dionísio, os trabalhos vão prosseguir nos próximo meses, pelo que a abertura do submarino ao público não deverá acontecer antes do final de 2013.
 

domingo, 7 de julho de 2013

TRAFARICOS......

“ESTAMOS CERCADOS COMO MOUROS EM CASTELOS MEDIEVAL”
"In Jornal de Almada 1983" Aguarelas da Trafaria
Uma frente ribeirinha que continua em perigo
Com o calor que hoje se fez sentir, a minha tarde foi passada em casa e nada melhor que  vasculhar o meu arquivo e às tantas dei com um suplemento de revista do Jornal de Almada de Dezembro de 1983, que assinalava o 29º Aniversário do periódico almadense, para o qual colaborei até meados de 2006. Na referida revista em “Aguarelas da Trafaria”, não resisti e trinta anos depois aqui partilho esta nota.
“Quando era garoto, brincava em todo o lado. Na praia, na mata e na enxurrada.
Enxurrada? Era pela enxurrada que devia ter crescido a Trafaria. Pela enxurrada também devia ter sido feita a ligação à via-rápida.
Por que fizeram ali o quartel dos Bombeiros?
Foi um presidente da Câmara de Almada com uma grande visão…mas não viu nada. Nem ele, nem os que o apoiaram. Tal visão cortou a Trafaria. Foi como cortarem a perna boa a um coxo.E assim, se a Trafaria já estava coxa,pior ficou.

Agora para onde se expande? Para o mar?

Já lá estão os Silos, os terminais e outra coisa mais.Mas aí pode-se habitar,viver,brincar?

A Trafaria cresceu mas foi com o abarracamento que fizeram até à Cova do Vapor. E com o bairro a seguir aos Bombeiros. Outra barbaridade!...

Pode crescer, sim furando a rocha, mas até aí está a ESSO. Estamos cercados como mouros em castelo medieval…Agora só pode andar a caminho da Caparica.

A Caparica, a eterna sanguessuga, tem-nos sugado tudo. Os barcos despejam aqui os que vão para lá. As camionetas enchem-se aqui com os que vão para lá. Ninguém fica na Trafaria.
Também chamam S.João,São João de Caparica e não S.João da Trafaria.

Fomos roubados. E quem nos deixou roubar?
Eu não sei. E você sabe?
A Trafaria, como a preguiça, não mexe. Está parada.
Estará morta? Façam-na viver,trafarienses responsáveis. Não se deixem levar mais!... Ou qualquer dia chamam-se trafaricos…”

                                                                                                                                  Kim

   “in Aguarelas da Trafaria, Edição Especial Comemorativa do 29º Aniversário da Fundação do Jornal de Almada e do 4º Centenário da Morte de Fernão Mendes Pinto”  - Dezembro de 1983